“A gente não sai de casa com a intenção de matar, de tirar a vida de alguém. Nossa intenção é de carregar as pessoas, fazer nosso trabalho”. A declaração é do motorista do ônibus em que um jovem de 22 anos morreu enquanto pegava "bigu" no coletivo, na última quinta-feira (9).
Em entrevista à TV Globo, o profissional, que preferiu não se identificar, disse que não viu quando o jovem, identificado apenas como Carlos André, se pendurou na porta do coletivo. Segundo ele, o acidente aconteceu pouco depois de uma passageira descer. Ele contou que havia conferido, e não havia ninguém na porta antes de seguir viagem.
“Quando eu parei, fiz o desembarque de uma passageira, conferi que não tinha ninguém na porta, fechei a porta e segui viagem. A mais ou menos uma curva e meia, de onde aconteceu [o acidente], quando eu ia fazendo a curva, só senti o impacto e o ônibus balançando”, relembrou.
No Recife, a prática é conhecida popularmente como “bigu”, e consiste em se pendurar nas portas e janelas dos coletivos, pelo lado de fora, para “pegar carona” nos veículos em movimento. A vítima do acidente colidiu com um poste de energia elétrica e morreu na hora.
Apesar de o ônibus ter sido apedrejado após o acidente, o motorista contou que recebeu suporte dos passageiros que estavam no veículo e de moradores que testemunharam a situação no bairro do Zumbi do Pacheco, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
“Eu fiquei lá no local tendo o apoio das pessoas que estavam dentro do ônibus e das que estavam na hora, que viram. A dona do restaurante [próximo ao local]... me deram apoio, me deram água com açúcar, porque eu estava muito nervoso, tremendo muito”, disse.
Fonte: G1