No final de novembro de 2024, Ivonete Maria da Silva, de 56 anos, chegava em sua casa, em Santa Maria do Cambucá, no Agreste de Pernambuco, acompanhada do neto, de 3, quando apareceu um sagui*. O animal, então, avançou na direção do menino. A avó, para proteger a criança, a empurrou para o lado e entrou na frente do bicho, sendo mordida.
Dona Ivonete avisou ao filho mais velho, Rafael, que havia sido atacada e, imediatamente, foi levada para o Hospital Santina Falcão, no Centro da cidade. Lá, segundo a família, uma médica a atendeu e disse que não havia vacina em estoque na unidade de saúde, pediu que ela voltasse no dia seguinte e não explicou a gravidade da mordida de um animal silvestre ou contou o que ela deveria fazer para se cuidar.
Na saída do hospital, o filho de Ivonete teria ouvido alguém da equipe médica dizer: "Só falta chegar alguém com mordida de sapo". Ao saber, a mulher se ressentiu e se recusou a voltar.
Sem tratamento adequado, os sintomas começaram a aparecer. Em dezembro, ela começou a sentir insônia, febre e uma dor tão forte no braço que pensou ser um princípio de infarto. Foi aí que retornou ao Hospital Santina Falcão. Conforme os parentes, o médico fez um eletrocardiograma, avaliou que estava tudo bem e a liberou.
Os sinais da raiva humana se intensificaram, e Ivonete retornou ao hospital no dia 31 de dezembro. Nesse momento, de acordo com a família, o médico percebeu que ela realmente estava com algo grave. "Não pensaram duas vezes e a encaminharam direto para o Oswaldo Cruz, no Recife", relatou a sobrinha de Ivonete, Maria Aparecida Santos, 29, em entrevista ao Diario.
Fonte: Diário de Pernambuco