A Polícia Federal indiciou o deputado federal André Janones (Avante-MG) por supostos crimes de corrupção, associação criminosa e peculato no bojo do inquérito sobre suposta rachadinha em seu gabinete na Câmara. Também foram indiciados Alisson Alves Camargos e Mário Celestino da Silva Júnior, ex-assessores de Janones.
A reportagem buscou contato com Janones e os demais investigados. O espaço está aberto para manifestações. Em outros momentos da investigação, o deputado defendeu que a apuração do caso seria o único caminho para provar que é inocente.
O caso também chegou a ser analisado pela própria Câmara dos deputados, em um processo movido pelo PL e relatado pelo deputado Guilherme Boulos (PSOL). O candidato a prefeito de São Paulo pediu o arquivamento da representação sob o argumento de que não havia justa causa para que o caso prosseguisse, considerando que os fatos ocorreram "antes do início do mandato" e que o "o (Poder) Judiciário fará seu trabalho" na investigação.
Ao indiciar o parlamentar, a Polícia Federal diz que Janones é o "eixo central em torno do qual toda a engrenagem criminosa gira". Segundo a corporação, sua "conduta ilícita" começou logo no início de seu mandato.
A Polícia Federal dá destaque ao áudio divulgado por um ex-assessor de Janones, Cefas Luiz Paulino, no qual o parlamentar pede a devolução de parte dos valores pagos aos funcionários da Câmara. O deputado chegou a reconhecer a veracidade da gravação e os peritos da PF confirmaram que a voz no áudio é de Janones.
Com base na quebra de sigilo fiscal de Janones, a Polícia Federal diz ter encontrado uma variação patrimonial "a descoberto" do deputado entre 2019 (R$ 64.414,12) e 2020 (R$ 86.118,06).
Fonte: jc_pe